28 de dezembro de 2010

Rumores

Surgia na noite um rumor de não constelação posposta à madrugada. Varria a tarde, horas antes, uma soturna despedida melancólica, de alguém cansado, pulsando frágil e silenciosamente pela última vez.
Uma estarrecedora noite estava por vir. Um breu nunca visto antes, acompanhado de um gélido e pálido desconforto. Retirar-se-ia a Lua, cansada de brilhar por tanto tempo sem seu valor merecido. Os rumores eram vorazes, porém reais.
Veio então a escuridão. Não tão diferente da luz era ela. A cegueira só era por existência da visão. Reinava a fraqueza e a solidão. Por algumas horas assim permaneceu, imóvel, morta, fria.
Jamais foi tão vivo o Sol, que nunca mais foi visto e, longe dali, brilhava em outros céus. A Lua buscava o que fazer, até que notou um sussurro, quase uma oração, implorando por seu brilho...

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