28 de dezembro de 2010

Conversa

Já madrugada era quando alguém chorava do lado de fora. Saiu, fechou as portas e caminhava pelo estacionamento até seu carro. Ouviu o choro, o triste resmungo que o apertou o peito.
- Que foi homem? – perguntou, já tirando as chaves do bolso;
- Eram veras as vis estórias estiradas sobre minha mesa, nos livros de minha avó.
- Ah! Fala sobre a eterna noite? Sobre a fuga do astro ingrato que nos deixou desamparado?
- Não! Não ligo para ele. Ele era só maldade, só alimento para essa maldade alheia. Fez como todos fariam, foi embora. Os iluminados faziam o mesmo, o dia só era voraz e triste, comida podre de moscas sujas.
- Então qual o motivo do choro?
- Ela! Ela se foi...
- É caso de mulher? Entre, sou barman, abrimos uma garrafa e resolvemos sua mazela!
Entraram no Bar. Ele pegou uma garrafa, wiskhy barato que rasgava a garganta. Seu preferido. Serviu ao homem já bêbado. E continuaram a conversa.

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