28 de dezembro de 2010

Quem dera

Ela apareceu. Nua diferentemente do de costume. Brilhante, logo enchendo tudo de luz, de cor e de sentido. As guerras deram seu suspiro final. As flores seu respiro inicial. Inspirou-se amor pela Terra, beleza nos olhos de todas as criaturas.
O equilíbrio havia deslocara-se.
A noite imperava, imponente, sob o brilho da Lua, que poderosa como sempre, pediu ajuda ao Sol e criaram juntos duas Novas, sob o seu comando, para que fosse possível iluminar todo o planeta o tempo todo, em todo lugar por todo sempre.
"Necessária a abdicação dos desprazeres, para serem respeitados os prazeres em sua essência."
A Lua passou a ensinar o que havia sido esquecido há tempos pela humanidade. O que fazer com a vida. Fardo grande, dizia ela, porém leve.
Quando o Sol quis voltar, impor o dia e a volta dos tempos antigos, relembrando os ocidentais dos seus dois séculos de estupidez, tentando fazê-los voltar a eles, a Lua e suas Novas expulsaram-no. Imperava um novo estilo de vida, uma nova era, de amor, paz, solidariedade, e fidelidade ao que realmente sempre importou.
A noite sempre viveu ensinando como deveriam ser feitas as coisas. Mas o raiar do dia entorpecia a todos, que voltavam a fazer tudo errado, até mesmo na noite, salvo alguns poucos. Dos errantes e seu amor pela Lua renasceu a luz na noite eterna e a correção do que era incorrigível.

Quem dera fosse realmente culpa do Sol? Não interessa de quem é a culpa. Quem dera a Lua, ou qualquer um pudesse nos salvar...

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