Passaram-se quarenta e oito horas (dois dias, se houvesse Sol) e seguia o ritual. Encontravam-se na porta, entravam, enxugavam uma garrafa de scotch, e choramingavam na chuva às 4 da madrugada, do lado de fora.
Não havia morrido o ciclo, apesar da ausência do Sol, da iminência do final dos tempos, rodava a grande roda da sociedade. Continuavam à sua margem aqueles que lá sempre estiveram. No horário no qual foi definida a “noite”, reuniam-se para os rituais mundanos quem sentia a falta dos velhos tempos.
“Ó Céu, faz voltar a nossa Lua,
Nosso amor não comedido,
Não faz da Luz dela só sua,
Seja solidário ao meu pedido.
Vá o Sol pela sombra volte não,
Aproveita que agora é só seu,
Céu manda ela que foi em vão,
Por não conhecer o amor meu.”
Só não encheriam de lágrimas as garrafas que tomavam, pois transbordariam garrafas nas lágrimas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário