10 de outubro de 2011

Ironias

Permeado de conclusões arbitrárias.
Sou eu o resto de uma memória frígida descontente?
Consciente da incapacidade sigo frio, forte e temeroso.
Amo. Um amor complexo, ininteligível, e intenso, tenho eu, não pela mulher perfeita ou qualquer outra, nem pela vida que não escolhi viver. Não amo a qualidade estonteante. Não amo a quantidade exorbitante ou a desqualificação da escassez. Não amo amigos. Não amo momentos nem prazeres frágeis.
De fato e enfim não amo nada que não eu mesmo possa amar. Amo, portanto, meu jeito, meus defeitos. Amo a mim e tudo mais que decorre disto.
Sou. Sou nada, então insisto eu em tentar parecer com algo. Uma cópia pirata enraizada na veracidade da razão. Constatações da minha inexistência são cruéis.
Não sou, portanto, não amo...

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