5 de fevereiro de 2011

Infinito infinitivo

Viver cercado por um exército sanguinário. Cavalgar em um deserto, sem rumo, sobrevivendo na escassez, exceto por poucos oásis encontrados. Saciar-se em migalhas de pão e gotas de água. O tórrido caminho esfria-se congelando qualquer sopro de esperança.
Ver comparsas entre as dunas esfacelando-se enquanto o cerco cada vez mais se fecha. Fechar-se. Insistir em lutar com a armadura de fraquezas e o elmo, já rachado, da reflexão. Desembainhar a espada da razão para a peleja contra a tristeza.
Notar uma flor despida em meio à batalha. Rastejar, esticar-se até agarrá-la. Levantar-se. Não desistir.
Entender que não há destino, mas sim escolhas. Dificuldades. Nem sempre a estrada é tão clara quanto segura. Nem sempre há companhia em meio às pessoas. Nem sempre há solidão na quietude.
Mesclar sorte à preparo é capacidade. Oportunidade sempre há. Pensar e agir devem coexistir.
Lutar não se trata de vencer. Se trata de ir ao infinito se necessário...

4 comentários:

  1. Insistir em lutar com a armadura de fraquezas e o elmo, já rachado, da reflexão. Desembainhar a espada da razão para a peleja contra a tristeza.

    - nem tenho o que dizer, pois este é o caminho.

    ResponderExcluir
  2. Pode não ser o único, mas é a minha escolha...

    ResponderExcluir
  3. "Pensar e agir devem coexistir."

    O empasse, a mim, está nesta coexistência.
    Talvez o tempo, velho,
    talvez a vida, tola,
    me ensinem a tornar meus devaneios em algo
    se não palpável, ao menos visualmente real.

    Obrigada, como sempre.


    A propósito, "Álvaro Gomes" é a minha segunda face, uso devido a minha mesquinha necessidade de falar do mundo, ao mundo com álguem diferente de uma menina de olhos de espelho.

    ResponderExcluir
  4. ( essa conversa, para quem vê, está ficando meio sem sentido... mas nada tem muito sentido para mim mesmo, então está perfeito )

    bem... quanto a minha "maneira dispare", creio que você seja um dos primeiros a ver meus textos assim... O fato é que até já me disseram um dia que os meus textos são "evidentementes marinianos".

    E o que me impressiona mais é que eu não vejo seus textos com padrão algum, apesar de todos me parecerem mesmo seus... porque são de um alcance semelhante dentro de mim.
    Maravilhada como sempre.

    ResponderExcluir